Um rio separava as casas das duas famílias que havia muito tempo discutiram polo TU e o TI e nom se falavam. Que como podem chegar as persoas a discutir por um simple pronome persoal? Ai, os litígios entre as persoas às vezes som assi, surrealistas.
Neste caso cada família considerava que o seu pronome era o melhor e mais correto indiscutivelmente porque ali sempre se digera assi, desde que se tinha memória.
E dumha banda a tradiçom dumha família defendia o seu TU de sempre e a memória da outra protegia o TI dos seus ancestros.
Mas resultou que um dia a filha da família que dizia TU e o filho da família que dizia TI namorarom à beira do rio.
- E tu como te chamas?
- E ti?
E foi assim como cresceu o amor aos dous lados da isoglossa do pronome de segunda persoa do singular.
Foi um escándalo, por suposto, umha desgraça aquel amor. Nom pode ser, berrarom as matriarcas. Impossível, berrarom os patriarcas das duas famílias. E tirarom-se muito dos cavelos e mesmo proibirom aquel amor maldito.
Mas um dia a parelha namorada construiu umha ponte que cruzava a isoglossa de água e já nunca mais se separarom.
E tiverom filhas e filhos que aprenderom a falar com TU e com TI e demostrarom que a isoglossa nom era um problema que dividisse, todo o contrário.
Bem é certo que o conflito continuou entre as famílias, dalgum jeito. Às duas beiras do rio continuou havendo gente separada pola isoglossa. Mesmo havia quem dizia que o idioma que se falava aos dous lados da isoglossa eram duas línguas diferentes. Porque num lado diziam TU e no outro TI, entre outras cousas.
Mas sempre havia alguém que contestava Falamos a mesma língua... Ou nom sabes o que é umha isoglossa?
Umha que?, perguntava alguém.
E botando a mao ao queixo respostava Umha isoglossa é umha linha imaginária que divide geograficamente dous fenómenos linguísticos dum idioma e às vezes pode cruzar polo médio do coraçom.
Ningún comentario:
Publicar un comentario